segunda-feira, 5 de maio de 2008

Social democracia e suas figuras

É usual colocar-se a questão doutrinária das diferenças políticas entre o socialismo, a social-democracia e o liberalismo social. Mais importante que as querelas, são as políticas: a social-democracia, de que o Partido Socialista é herdeiro, que marca a matriz da Juventude Socialista, é a doutrina por mim defendida.
Solidariedade, Estado Providência, Coesão Social dialogante. Um tríptico que não é apenas um enumerar de boas intenções.
Diferente quadrante geográfico, mas a prova que a social-democracia é um sistema eficaz; conduzida por um homem que não conseguiu cumprir totalmente a sua função.
Olaf Palme
Nasceu a 30 de Janeiro de 1927 no seio de uma família próspera de classe média, tendo perdido o pai quando tinha 7 anos; era uma criança frágil, que dedicou muito tempo à leitura e à aprendizagem de línguas estrangeiras.
Enquanto estudante, por diversas vezes se deslocou aos Estados Unidos da América e ao Médio Oriente.
Em 1953 Tage Erlander, então primeiro-ministro, atribui-lhe a posição de secretário pessoal; dois anos depois é eleito membro do secretariado nacional da juventude social democrata.
As ideias força de Olaf Palme assentam sobre seis pontos: fim das diversas formas de colonialismo; o direito à auto determinação dos povos; a necessidade de uma nova ordem enconómica mundial; a luta contra o racismo; a procura da igualdade de direitos; a democratização da educação.
Defendia que o pleno emprego e um sector público forte eram os mais fortes sustentáculos da procura da igualdade entre os diferentes grupos sociais e entre os sexos. Defendia Estado Providência forte: todos, independentemente dos rendimentos que auferiam, deveriam beneficiar do sistema de segurança social, o que permitiria manter o traço de solidariedade e a vontade de pagar as taxas devidas, além de permitir evitar uma desigualdade material, obstando a que os mais ricos obtivessem vantagens derivadas da sua condição económica.
Foi ministro sem pasta em 1963, ministro da comunicação em 1965, ministro da educação em 1967 e, após a demissão de Tage Erlander, foi eleito secretário-geral do Partido Social Democrata, posteriormente vindo a ser eleito primeiro-ministro sueco.
A luta contra o desemprego era erigida como objectivo primeiro da social democracia, mesmo contra os liberais e os adventistas do mercado livre, não perdendo de vista um Estado forte, com fortes sindicatos e uma política de solidariedade.
Amado pelos seus concidadãos e pelos inúmeros emigrante e refugiados que a Suécia acolheu durante os governos que chefiou, devido à sua sensibilidade social, recolheu também algumas inimizades e mesmo ódios.
Veio a falecer aos 59 anos, a 28 de Fevereiro: vindo do cinema, de noite e sem os habituais guarda-costas, foi mortalmente atingido a tiro por um desconhecido, num caso que ainda não se encontra encerrado, rodeado de mistério e dúvidas.

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