quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Artigo de Opinião RB "Existem serviços tão grandes que apenas podem ser pagos com ingratidão"

A Comissão Nacional do Partido Socialista agendou para 6/7 de Dezembro a realização de eleições para as estruturas concelhias, que dirigirão o processo autárquico de 2017. Mas as eleições, só por si, não transformarão o Partido Socialista nA alternativa de governo em Anadia! 
Sensivelmente um mês após as eleições autárquicas a Concelhia de Anadia continua “muda e queda“, rejeitando qualquer diálogo com Militantes e Simpatizantes, sem qualquer palavra para os Munícipes, procurando que a espuma dos dias afogue qualquer discussão séria. 
O diálogo entre Militantes e simpatizantes tem que ser uma realidade: não para “acertos de contas” com o passado, confrontos pessoais ou saneamentos políticos, mas para que pessoas de todas as sensibilidades, próximas ou não da liderança, dialoguem de forma franca e responsável, expondo as suas opiniões e perscrutando os motivos pelos quais o Partido Socialista não venceu em qualquer Freguesia, conseguiu eleger apenas um Vereador e metade dos Deputados municipais, obtendo 55% dos votos de 2009 com um projeto de continuidade desde 2005. 
Rejeitado o projeto e seus líderes, é chegado é o momento para, num amplo debate interno, definir uma nova filosofia de trabalho, convocar a maior pluralidade possível de opiniões, atrair simpatizantes, independentes e apartidários, colher as posições e anseios dos Munícipes e oferecer o Partido Socialista à comunidade. Não se defende a rutura pela rutura, nem uma “evolução na continuidade”: se existem pessoas válidas afastadas da concelhia e das decisões partidárias, de forma incorreta, também no interior da estrutura dirigente existem bons valores, todos podendo e devendo contribuir, com suas experiências e visões de futuro, para a afirmação dos ideias sociais-democratas do Partido Socialista no Município de Anadia.  
Não unanimismo mas união na diferença; não dogmatismo mas liberdade de opinião responsável: TODOS devem refletir acerca dos erros cometidos, corrigir as falhas que se encontrem, colocar de lado motivos de insatisfação pessoal e trabalhar em posição de igualdade. Cabe aos Militantes decidir se nos próximos 4 anos querem o Partido Socialista como uma insignificante força partidária ou antes se trabalham ativamente para a sua afirmação. 
Basta de cavar trincheiras na sede partidária, deixando por debater propostas, ideias e projetos que melhorem a qualidade de vida dos Munícipes, estanquem a fuga da população mais jovem e a atroz espera do fim da população mais idosa; basta de pensamento único impediente da intervenção daqueles que pensam diferente. Basta de evitar debater, de não realizar quaisquer atividades, de impedir o (re)aparecimento de novos e seguros valores.  
O Partido Socialista tem que ganhar o respeito da comunidade local, do movimento associativo, elegendo as freguesias e suas populações como prioridade. Tem que estabelecer laços partidários exteriores, apostando num agrupamento de interesses/ações na Bairrada, afirmando a sua importância estratégica no distrito de Aveiro, relembrando que a sua parte sul pode ser importante na recuperação económica e lutando por aspirações comuns - mesmo a nível federativo. 
Ninguém aceita que se justifiquem os maus resultados eleitorais com “ruídos de fundo” na comunicação social ou com o “voto eterno no partido da seta e da chaminé”: embora seja (em parte) o MIAP um PSD transvestido, certo é que a estrutura formal do PSD saiu derrotada da guerrilha criada há meia década em Anadia; e é também verdade que ex-dirigentes do Partido e Juventude Socialista, próximos das suas lideranças, concorreram em listas adversárias ou por estas fizeram campanha...A incapacidade de dialogar impede que se procure compreender que o mero apoio de Litério Marques tenha sido suficiente para permitir a vitória de Teresa Belém, impondo uma derrota inédita ao partido hegemónico em Anadia em mais de três décadas. 
Estando o poder de convocatória nas mãos do Presidente da Mesa da Assembleia, a este  cabe a responsabilidade de estar à altura das funções, abrindo caminho ao desanuviar de clima de descontentamento entre Militantes, para eliminar a distância entre os dirigentes do partido e a comunidade local e estimular uma mudança sustentada. 
O Partido Socialista em Anadia, a nível de resultados autárquicos e não só, atingiu o ponto mais baixo dos últimos 25 anos; como estrutura partidária que é, estatutariamente têm que ser os Militantes a tomar a primeira opção entre ter um futuro ou continuar no sombrio presente. 
Mas se em tal processo quer optar por ter um futuro TEM QUE cessar purgas de militância, TEM QUE acolher as dezenas de simpatizantes que se envolveram no processo autárquico e aqueles que se afastaram nos últimos anos, as centenas de anadienses politicamente empenhados mas sem partido, atraindo às suas ideias os milhares de Munícipes que, nestas como em outras eleições, se abstiveram desmotivados, desiludidos com as propostas apresentadas. TEM QUE ser um intérprete das necessidades de todos eles, não querendo impor a sua legitimidade governativa pela inação e/ou apostando no desgaste de quem governa. TEM QUE concretizar os anseios dos Munícipes, cuja qualidade de vida decresce significativamente, que são forçados a sair de suas terras de origem para poder construir as suas habitações, para poder trabalhar, para poder dar às suas famílias uma vida melhor.
 O diálogo é o caminho e o desejo de o levar a cabo é patente; estão lançadas as pontes para o efeito e percorrida metade da etapa.  
Quem tem responsabilidades tem que se decidir finalmente a percorrer a sua outra metade!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Perguntas retóricas...

No próximo sábado, 19 de Outubro e pelas 10 horas, terá lugar a tomada de posse dos Vereadores e Deputados Municipais em Anadia. Omitindo comentários quanto aos concretos resultados - a fazer em sede própria, leia-se, em Assembleia de Militantes do Partido Socialista que não deixará de ser convocada - o quadro futuro será de 3 Vereadores do MIAP, 3 Vereadores do PSD, 1 Vereador do PS; colocam-se algumas questões:
Depois dos humilhantes resultados eleitorais autárquicos, o cabeça de lista do PS (Presidente da Secção Concelhia do Partido Socialista) ou a nº 2 da lista (Presidente da Secção Concelhia da Juvntude Socialista) assumirão a posição?
Assumindo o primero, manter-se-á equidistante, aliar-se-á ao PSD (formal) local ou ao PSD (não formal)?
Esquecer-se-á a eleita Presidente da Câmara Municipal de Anadia que caraterizou aquele como de "extremamente inseguro" durante a campanha eleitoral ou vingarão as palavras do (formalmente) nº 2 do MIAP, quando há menos de um ano disse "A oposição que me fazem na Câmara... tem ajudado a que o nosso programa tenha tido o sucesso que teve... "?
E os Militantes e simpatizantes e socialistas locais, quando se poderão pronunciar? Após a tomada de posse?

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Autárquicas 2013

Insultos.
Suspeição.
Crítica gratuita.
Irregularidades.
Insinuações pérfidas.
Automóveis com música e soundbytes de duvidosa qualidade.
Prospetos pejados de lugares comuns, alguns de pura demagogia, outros de exequibilidade quase nula (propostas farisaicas e/ou repetidas ad nauseam, sem suporte em qualquer estudo de viabilidade económico-financeira).
Nepotismo.
Escolha de cabeças de lista que todos percebem ser meros jogetes de outras figuras.
Têm sido estas as caraterísticas do período de campanha autárquica (e período prévio) no Município de Anadia.
O modelo utilizado de campanha, mais do que gasto, nada serve para informar e esclarecer os Munícipes; porque têm as candidaturas e os candidatos receio de seguir um modelo de town hall meetings, em contato direto com a população, fora da proteção partidária e/ou situacional?
Porque não preferem um sistema de apresentação confrontante de ideias, à mercê das questões populares?
Porque insistem em desperdiçar dinheiro em outdors quando o podem utilizar para promover um contato direto e real com os eleitores?
Porque têm as candidaturas receio de informar os munícipes o que farão se não vencerem com maioria absoluta, que coligações admitem fazer?
Porque têm os candidatos receio de explicar aos munícipes o que farão se não alcançarem a vitória que vêm apregoando?
Em todas as candidaturas existem propostas que podem-devem ser analisadas pelos vencedores, aplicadas caso se mostrem passíveis de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes; qual o receio de assumir este compromisso?
Muito tem que mudar...

terça-feira, 30 de abril de 2013

Assembleia Municipal

Ficaram os Munícipes a saber que o EcoParque de Anadia será instalado junto ao Complexo Desportivo - zona de quase inexistente implantação habitacional, onde não é possível construir, próxima da zona de bares e casinos que Litério Marques anunciou há praticamente uma década e...próxima da Curia!
Ficaram os Munícipes a saber, pela intervenção do Deputado Tiago Coelho e resposta de Litério Marques, que o processo do Conselho Municipal da Juventude terá avanços em Junho - o órgão que os Vereadores TODOS decidiram adiar sine die há já quatro (4) anos, quando apresentei uma proposta concreta à Câmara Municipal de Anadia!
O mesmo órgão que parece que é prioritário para a Juventude Socialista de Anadia - não se lhe conhecendo qualquer proposta nesse sentido, infelizmente...
Assistir a uma sessão da Assembleia Municipal de Anadia é uma experiência surreal: desde logo atenta a vacuidade de intervenções, tendo-se salvo no panorama de "franciscana pobreza" a do Deputado João Tiago Castelo Branco (infelizmente, que não da bancada do partido a que pertenço, apesar dos "maus fígados" de uns quantos...), incisivo na crítica, exigindo resposta e expondo as falhas do Executivo.
Vexa-me a brandura com que o Presidente da Câmara Municipal de Anadia é confrontado pela bancada parlamentar do (teoricamente) mais importante partido da Oposição, a do Partido Socialista: ora trata os Deputados por um coloquial "tu" (ou falando dos parentes mais próximos destes), ora lhes elogia a "postura elevada" com a qual exercem funções...
Inacreditável foi a forma como Litério Marques tratou com desdém e má educação quem o confrontou, beneficiando do contributo ativo do Presidente da Assembleia Municipal para manter a atitude ad nauseam...
É esta a (baixa) politica partidária do burgo!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Justiça tarda? Sim, mas é justa!

A vida política e, sobretudo, a partidária, está ainda grandemente dominada por quadros sem capacidades técnico-científicas, sem rasgos de coragem e inteligência e, pior ainda, sem verticalidade moral!
São incontáveis, espalhados por todos os quadrante e ocupando posições de maior poder: os "jovens", turcos e/ou de "outras nacionalidades", sem passado algum em termos profissionais mas que, fruto de uma clique de acéfalos pares, ascende meteoricamente na estrutura hierárquica, pautam a sua vida pelo desejo de conquistas futuras, sem olhar a meios e métodos.
Alguns deles, secundados por seres tão mesquinhos quão desprezíveis, procuram acertos de contas com o passado, tentam humilhar oponentes, sem se coibir de abusar do seu poder, perseguindo-os por todos os meios (sobretudo os mais ilegítimos e iníquos!).
Mas a Justiça, mesmo tardando, não deixa de ser feita pois que o é por pessoas com e de princípios. 
Esta semana provou-o. 
Talvez os leitores tomem "a nuvem por Juno" e se quedem pelo caso mediático do momento; não é o único, não será o último, mas talvez devesse servir de alerta...
Quando as pessoas começam a falar e o fazem sem quaisquer "telhados de vidro", as construções sem qualidade podem cair depressa e com estrondo! 

terça-feira, 19 de março de 2013

Artigo de Opinião Março 2013, Semanário da Região Bairradina

 
1.Nem mais tempo, nem mais dinheiro”: quantas vezes ouviram estas palavras do Primeiro-Ministro? Quantas vezes ouviram o Ministro das Finanças dizer que estamos “no bom caminho”, a cumprir “integralmente” as metas do Programa de Ajustamento (sucessivamente revisto)? Quantas vezes se depararam com o silêncio do Presidente da República?
Após as manifestações populares de 2 de Março, Cavaco Silva declarou que “o  protagonismo mediático do Presidente da República é inversamente proporcional à sua influência”, que “Ninguém foi primeiro-ministro durante 10 anos (além dele)” e que sabe “muito bem que um Presidente da República que busca protagonismo mediático não tem influência sobre o Governo”; ainda foi dizendo que “Não devo fazer comentários públicos sobre o que diz este ou aquele governante” - o mesmo Presidente da República que perorava contra a “espiral recessiva” no início deste ano e que acusava José Sócrates de “deslealdade institucional”...
O INE publicou os dados do desemprego de Janeiro de 2013: 19% da população ativa encontra-se registada em Centros de Emprego, o que realmente corresponde a 23% de pessoas sem emprego, a metade da população jovem (não sendo ainda superior pois a parte de leão da emigração é de jovens entre 25 e os 29 anos!); uma crescente parte dessas pessoas não tem direito a subsídio de desemprego - e aqueles que o têm são sujeitos a uma contribuição especial...de 6%!
Qual a resposta do Primeiro-Ministro a este flagelo? Perante a exigência feita pelo Partido Socialista de aumento do salário mínimo nacional, para Passos Coelho quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego “a medida mais sensata que se pode tomar é exactamente a oposta”, seja, REDUZIR o salário mínimo nacional! Enquanto os parceiros sociais negoceiam o aumento...
Silva Peneda, ex-Ministro do PSD, presidente do Conselho Económico e Social, afirmou que tal redução “não é uma forma para criar mais emprego...é um disparate do ponto de vista económico, do ponto de vista político e do ponto de vista social, não é factor decisivo para a criação de emprego de modo nenhum...O emprego só se cria se as empresas tiverem clientes...o salário mínimo não é uma forma nem uma política para criar mais emprego”, defendendo que “o desemprego só se pode combater com crescimento económico” - a via alternativa defendida pelo Partido Socialista há já 2 anos!
Na passada sexta-feita o binómio Gaspar/Moedas anunciou os dados macro-económicos na sequência da 7ª avaliação do Programa(s) de Ajustamento(s): taxa de desemprego de 18,2% este ano (e 18,5% em 2014), deficit das contas públicas de 6,6% em 2012, recessão de 2,3% em 2013, dívida pública correspondente a 123,7% do PIB em 2014, extensão de um ano para os cortes de 4 mil milhões de Euros na despesa (500 milhões já em 2013).
Tais dados traduzem um falhando TOTAL das previsões governamentais, um empobrecimento AGUDIZADO dos portugueses por ainda mais tempo e de forma mais severa!
Em Maio de 2011 o Governo previu um crescimento de 1,2% em 2013 - vai descer 2,3%!
A taxa de desemprego prevista pelo Governo para 2013 era de 13,3% - já se situa nos 19%! Tal significa mais 270 mil desempregados que o previsto, mais do que a população do Porto!
Não contentes com a vergonhosa situação a que arrastaram Portugal, os membros do Governo desdobram-se em ameaças veladas ao Tribunal Constitucional, entre a acusação de “força de bloqueio” (reavivando dizeres de Cavaco) e de politização de tal órgão - sempre deixando na penumbra o anúncio dos dados do 1º trimestre da execução orçamental nos dias 22/24 de Abril...
Se alguma dignidade restasse ao Governo, a demissão seria a única saída admissível; mas tal gesto é inimaginável: além do Governo viver num completo alheamento da realidade, crendo em um Portugal que se renova e melhora, insistindo na fórmula que nos trouxe a este ponto, é ainda sustentado pelas bancadas PSD/CDS-PP na Assembleia da República, apostadas em validar a ação governativa e a precarização, intencional, a que querem continuar a votar os portugueses!
Para quem julgava que era impossível atingir o grau de ridicularidade política do Ministro da Informação de Saddam (para quem os infiéis americanos estavam derrotados, quando se viam imagens dos seus tanques a invadir Bagdad), eis que Miguel Frasquilho, um dos baluartes parlamentares do PSD, eleva a fasquia: os terríveis resultados económico-financeiros anunciados devem-se ao fato de o Programa de Ajustamento (não o negociado pelo anterior Governo, porque já alterado 6 vezes pelo atual...) foi "mal desenhado" e continha "projeções com pouca adesão à realidade" - o PSD, liderado por Eduardo Catroga, negociou e definiu o original, passando a campanha eleitoral a clamar vitória por isso, o que diz tanto...
Mas Frasquilho tem mais “pérolas de sabedoria”: a "Troika pela 7ª vez fez uma avaliação positiva ao nosso desempenho no programa de ajustamento (qual das versões alteradas pelo PSD?), a "evolução na correção do défice foi significativa" e "Portugal descolou, penso que definitivamente, da Grécia"...
Como diria Einstein: além do Universo, também a falta de honestidade inteletual e ridicularidade são infinitas!
Perante todos estes dados, o intencional empobrecimento dos portugueses e a degradação pura das suas condições de vida, com os terríveis dados macro-económicos, que dignidade resta ao Governo e ao Presidente da República? Que legitimidade democrática continuam a invocar ter?
2. Gostaria de dirigir os votos de sucesso a Fernando Mendonça, cabeça de lista do Partido Socialista à Câmara Municipal de Estarreja: num Município no qual o PSD (com o CDS) governa com maioria absoluta, escolhido pela única concelhia socialista de Aveiro liderado por uma mulher (de e com qualidade!) e em franca expansão do número de Militantes, representou uma oposição política responsável, assente em projetos e propostas concretas, ativamente dialogante e envolvido com seus munícipes. Como os candidatos autárquicos e titulares de cargos públicos têm que ser!
3. A todos os leitores do Semanário da Região Bairradina, os sinceros votos de uma boa Páscoa; quão bom seria se representasse verdadeiramente uma passagem para uma fase melhor!


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

São escolhas, Senhor, são escolhas...


Preparando as eleições autárquicas que se avizinham, na azáfama e correria para a preparação de listas, existem dois tipos de forças partidárias: umas que se prepararam atempadamente e apostam em ganhar, outras que foram absurdamente relapsas durante todo o quadriénio 2009/2013 e apostam em "candidatos coador": têm tantos buracos que passa o que é bom e apenas conservam o desperdício!
Escolhas...