De acordo com o estudo do EuroBarómetro, 58% dos portugueses inquiridos referem que a principal forma de discriminação é decorrente da orientação sexual: mais do que em função da etnia, da idade ou do sexo, a homofobia é detectada pela maioria (absoluta) dos inquiridos.
Homofobia clara, negada por alguns opinion makers da praça; mesmo entre nós, num meio socialmente fechado e retrógado...
Não estando sequer remotamente relacionado, ouvi vozes a clamar que o estudo é orientado em função da vontade de algumas associações de gays, lésbicas e bissexuais (como se apenas estas representassem os interesses desta minoria e todos os outros fossem outsiders...) verem aprovado o casamento entre pessoas do mesmo sexo por intervenção legislativa, em vez do referendo que alguns desejam.
Pessoalmente me confesso avesso à figura do referendo: não funciona numa sociedade tão absorta como a nossa, na qual os cidadãos deixam intencionalmente que outros tomem as decisões que lhes interessam para, no recanto dos seus lares, com o chinelinho calçado, criticar.
Além de que a figura foi de tal forma banalizada que até a questão da demolição ou não de um reservatório de água merece as graças de um referendo local...
Para já não dizer que a questão foi "referendada" no dia 27 de Setembro, visto que o partido que formou Governo, o Partido Socialista, muito devido ao trabalho incansável da Juventude Socialista (parabéns Duarte Cordeiro!), incluiu a legislação da matéria no seu Programa de Governo.
E voltamos à velha e dilacerante questão: sendo a Constituição da República Portuguesa (e os diplomas estruturantes do Direito Comunitário) o referente legal e consagrando esta o princípio da igualdade e não discriminação em função da orientação sexual, quid iuris? A igualdade material justificará a desigualdade legislativa da impossibilidade de um casal de pessoas do mesmo sexo se unirem, formando uma família pela via do casamento civil?
Direito à parte, estamos perante uma questão de dignidade.
Essas não se referendam.
Instituem-se.
Sim, para pôr um ponto final a mais um dos nossos atrasos civilizacionais.
Será um atraso civilizacional?
ResponderEliminarHoje estive a ver uma reportagem dum suposto grupo de canibais nas Filipinas, China ou lá onde é aquilo que, supostamente, encontraram um corpo dum preto morto e toca a cortá-lo aos bocadinhos e fazer dele uma sopa e uns grelhados. Tudo isto com fotografias impressionantes.
1. Escrevi "preto" porque salta à vista a cor de pele do morto e é o único daquela cor nas fotografias e não sou racista.
2. Embora não me lembre ao certo o país, não sou específico na nacionalidade mas enuncio alguns e não é por ser xenófobo.
3. Falo do canibalismo como se nada fosse ou, a ser, tomo-o como uma banalidada. Será que não tenho valores?
4. Se tivessem matado o homem, era claramente contra. Não o tendo matado, confesso que a carne é carne e alimenta muita gente ou muitos bichinhos da terra.
5. Os homossexuais não me fazem impressão nenhuma. Atenção, nem impressão nem mais nada... vamos lá a ver.
6. Do ponto de vista do prazer, da brincadeira, do jogo, do gozo as relações entre pessoas do mesmo sexo, no meu entender, são perfeitamente compreensíveis, não devendo ser incentivadas.
7. Agora do ponto de vista social, cultural e legal, é-me difícil aceitar que se desprestigie o valor da família. No fundo é dizer a todos os portugueses, em Portugal é igual quer tenhas um homem ou uma mulher. Não se incentiva o casamento. E eu acho que se deve incentivar.
Mas isto é só a minha opinião...