O Orçamento de Estado para 2010 apresenta, de acordo com as posições públicas assumidas pelos líderes do CDS-PP e PSD, condições para ser aprovado: se na especialidade apenas ou também na generalidade são coisas diferentes...
O PS consegue, através da via negocial, garantir algumas condições de estabilidade governativa, que o BE e a CDU teimam em não querer permitir, saudosos decerto da direita no poder...
As características das negociações são (no mais público) conhecidas, afastando qualquer margem para críticas de secretismo ou negociata, como os supra referidos partidos (CDU sobretudo) gostariam de fazer crer os portugueses.
José Sócrates, com grande mestria, conseguiu uma grande vitória: o CDS-PP saíu como o partido responsável da direita, não se furtando ao diálogo pela estabilidade nacional, tendo-se o PSD visto na necessidade de ir a reboque, o que permite ao CDS ganhar nova franja de eleitorado de direita (ao PSD); encostou o PSD às cordas na questão da Lei das Finanças Regionais (como, e bem, disse Jorge Lacão, não é coerente abstenções com base em grandes dificuldades financeiras e permitir o endividamento de uma região autónoma que é um sempiterno bastião social-democrata); permite perceber que a imagem de Sócrates como um egocêntico líder, sem capacidade de entendimentos e prepotente, não corresponde à realidade - àqueles que diziam que Sócrates não governa sem maioria absoluta, tem que ter o poder por inteiro (e mesmo com uma abusiva sombra vinda depois do Cais do Sodré a querer pairar e a teimar descer ao terreno), eis a cabal resposta!
Sem comentários:
Enviar um comentário