Espanha, país que sofreu de forma muito mais longa e incisiva a acção da (dita Santa) Inquisição e de uma ditadura de matriz marcadamente católica, soube fazer as pazes internamente.
Sabendo dar também marcar, pela positiva, a diferença no que aos direitos de homossexuais, lésbicas e transgenders diz respeito.
Não falamos apenas do casamento entre pessoas do mesmo sexo e da mais que discutida possibilidade de adopção de crianças do mesmo sexo.
Falamos também de uma recente decisão judicial que condenou o Estado Espanhol a indemnizar um antigo recluso, dos tempos de Ditadura, que o foi pelo simples facto de ser homossexual!
Na justiça como na História, no Direito como na sociedade, Espanha soube e sabe fazer as pazes com o Presente/Passado (ou será Passado/Presente?), mesmo com a clique retrógrada que encontra algum (felizmente nem todo) o apoio político nessa força partidária tão difícil de catalogar em termos de ciência política que é o PP espanhol.
E Portugal? Leia-se, por exemplo, "Tribunais Políticos", de Fernando Rosas, para perceber quão mal tratátamos e tratamos a nossa História.
Como apagamos as marcas que não se devem esquecer - a construção de um hotel de luxo na António Maria Cardoso, a implantação do Centro de Saúde de Celas em Coimbra na antiga sede local da PIDE, a possível transformação em hotel do Forte de Peniche, a ruína do Tarrafal (não pertence ao Estado Português, é certo, mas pertence a um Estado da CPLP...), são comesinhos exemplos...
Até Salazar foi eleito o "Português do Século", galã de séries de televisão...
Saibamos reciclar o Passado para tratarmos o Presente de forma a que exista um Futuro.
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