quarta-feira, 26 de março de 2008

Interpelação

Hoje houve reunião pública da Câmara Municipal de Anadia.

Aproveitei o ensejo para colocar algumas questões ao Sr. Presidente de Câmara, na maioria relacionadas com questões neste blog já tratadas.

Questionei-o acerca do estado de trabalhos da ETAR de Mogofores: perante os protestos da população, cansada do cheiro nauseabundo, verdadeiro atentado para a saúde pública dos munícipes de Anadia, transmitíu aos órgãos de comunicação social local e regional que, no espaço de um mês, a situação estaria tratada e a estação desactivada. Hoje assegurou que no final deste mês, início de Abril, estaria o problema eliminado. A situação apenas não fora resolvida anteriormente porque a estação elevatória Avelãs de Caminho/Sangalhos, ainda não entrara em funcionamento, por culpa do empreiteiro.

Foi colocada questão relativamente ao estado da Ponte de Canha: foi dito que a obra, da Administração Central e com projecto aprovado, já se encontrava adjudicada, não avançando por falta de dotação por parte da Tutela, situação a ultrapassar brevemente.

Finalmente, a questão relativa ao Parque da Cidade: questionado sobre se a Câmara Municipal de Anadia havia projectado ou iria projectar um parque para Anadia, o Sr. Presidente de Câmara disse que já existiam diversos espaços verdes espalhados por Anadia, exemplificando com a Praça Visconde de Seabra, o Choupal, o Monte Castro e o espaço envolvente ao Cemitério.
Foi a pergunta repetida e, então sim, foi dito que a Câmara Municipal de Anadia tinha previsto a construção de um parque e este ficará localizado junto à zona desportiva, no Montouro.

Cumpre dizer:

A situação de Mogofores é por demais conhecida de todos. Apenas quando houve um verdadeiro levantamento popular, com cobertura dos meios de comunicação social, a Câmara Municipal decidíu fazer algo; mas o quê?! Ao fim de anos...Quantos moradores viram depreciado o valor dos seus prédios?
A situação é atentatória da saúde pública: algo foi feito?!

Relativamente à Ponte de Canha, local constransgente do tráfego rodoviário de e para Aveiro (norte de Portugal, via A17 e interior do país via IP3), a justificação está dada: a culpa é do Governo! Mas foi ou não dito publicamente que a obra seria da competência do Município de Anadia?

A questão do Parque da Cidade...
A definição de parque defendida pela Câmara, na figura do seu Presidente, é deveras singular. Chamar parque público ao Choupal é demasiado grave para nos rirmos: um espaço outrora verde, atulhado ainda nos executivos de Sílvio Cerveira, hoje ocupado por pastagem de cabras, recinto de malha, um quiosque ferrugento e diversos preservativos usados e lenços de papel. Basta olhar...
Chamar espaço verde ao Choupal choca; ainda mais relativamente à Praça Visconde de Seabra (quem a víu, com os canteiros de flores, os castanheiros e os bancos ocupados por dezenas de pessoas...) e junto ao Cemitério (?!), para onde foi transposto o Gingko Biloba (naquela madrugada esquecida, após o arrancamento...).
Finalmente o Monte Castro: mais de metade foi impermeabilizado para se proceder à instalação da Feira do Vinho e da Vinha. Certo que foi limpa essa vertente, e bem, rasgados trilhos, e bem, com o único problema de se ter procedido à aramização dos mesmos. Na outra face, junto ao cemitério, o que temos? Um espaço descuidado, onde chegou a existir um parque infantil com uma zona de refeições, hoje diminuido a improvisado parque de desportos radicais...

Mostra-se, sem dúvida, imprescindível a construção de um parque, e de raiz. A escolha do local pelo executivo mostra-se incorrecta: numa zona periférica, com grande volume de tráfego rodoviário mas sem núcleo urbano de construção, sem pessoas, obrigará à deslocação inútil das mesmas o que, por si só, não funciona como pólo aglutinador.
A zona proposta, do Choupal, beneficia do facto de ser mais central, numa rua com trânsito quase inexistente, além de ser percorrida por um curso natural de água; recuperando um espaço já existente mas necessitando de um reformulamento.

As respostas dadas, à saciedade, provam o desnorte. Mais, a inexistência de qualquer estratégia, in casu em termos de planeamento urbanístico e ambiental, para o concelho de Anadia

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