segunda-feira, 10 de março de 2008

Passos concrectos

Foi proposto, pelo Presidente do Município de Anadia, a demolição do edifício do actual Mercado Municipal, situado nas traseiras do edifício dos Paços do Conselho.

Com a inauguração (para quando?) do mais recente espaço, defende o edil que a estrutura actualmente existente se mostra anquilosada, não sendo viável a sua manutenção.

Defende, ao invés, a criação de um espaço de estacionamento subterrâneo, encimada por uma nova praça.

Traduz esta situação mais um episódio na constante delapidação do património histórico de Anadia, cidade e concelho.
O edifício dos antigos Serviços Municipalizados deu lugar a um espaço que possui a grande parte das lojas encerradas; e que dizer dos apartamentos?

O mesmo se diga quanto aos Paços do Conselho: elogio a intervenção na sala da Assembleia Municipal, que ficou com um aspecto envolvente, quente; critico, porém, a posição da mesa: estruturas de supra-infra-ordenação afastam cada vez mais os cidadãos, desejosos de efectivamente fazerem ouvir a sua voz e poder contribuir para a melhoria da vida pública. Mais do que isso, critico a intervenção que foi levada a cabo no hall de entrada: fria, com a eliminação da escadaria de acesso ao primeiro andar.

Defendo uma perspectiva diferente.
Que passa pela manutenção dos espaços e da memória, renovando e retocando quando necessário, eliminando quando indispensável.

Nesta matéria:

No espaço onde se situam as instalações do Mercado Municipal, defendo a construção de um novo espaço da e para a cidade.

Um espaço destinado a albergar os serviços públicos da Administração Central e Local.

Cumprindo a obrigação de, em 2009, Anadia ter que possuir uma Loja do Cidadão, este será o espaço ideal: juntamente com a Segurança Social, as Finanças, a Conservatória do Registo Civil e Predial, um serviço de mediação penal ou laboral (um objectivo pelo qual deve pugnar a Câmara Municipal de Anadia), ocupando dois pisos destinados a reunir, num mesmo espaço, todos os serviços de atendimento ao público.

Importante em dois sentidos: permitindo aos munícipes, sobretudo das freguesias mais afastadas da sede de concelho e de mais idade, evitar diversas deslocações em Anadia.

Mais facilmente atrair financiamento, sobretudo da Administração Central que, desta forma, consegue poupar milhares de euros em rendas.

Num terceiro piso, o piso de restauração: com um bar e um restaurante, ambos servidos por esplanada, virada para a Praça do Município, fazendo a união dos espaços.

Sendo inviável a manutenção, "qua tale", do edifício do Mercado, uma solução intermédia, passando pela preservação do arco da entrada. O átrio da entrada dando acesso a um elevador panorâmico, do primeiro ao terceiro piso, também virado para a Praça do Município.

A par da construção deste novo edifício, uma nova Praça Visconde de Seabra: eliminado o anterior jardim, a criação de um pequeno e diversificado espaço verde, complementado com a construção de um Parque da Cidade, na zona do Choupal.

Anadia anseia por um espaço verde digno desse nome: impermiabilizado o Monte Castro, colocadas lajes na Praça do Município (ainda se recordam da eliminação da Gingko Biloba?), repuxada a Praça Visconde de Seabra, atulhado o Choupal, onde estão os espaços verdes numa localidade elevada a cidade?


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