Num estudo de opinião com uma amostra de 876 pessoas (363 portugueses), apresentado em Madrid e realizado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Salamanca com o apoio do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE de Lisboa, verifica-se que quase 40% dos portugueses apoiaria a existência de uma federação Ibérica, ideia apoiada por cerca de 30% de espanhóis (tantos quantos aqueles que se mostram indiferentes):
13,3% dos portugueses mostram-se muito de acordo com a criação de tal figura política, 17,7% por cento indiferentes, 34,1% por cento discordam e 18,5% discordam por completo.
A discussão, infelizmente e pelos motivos mais retrógrados, anda afastada dos centros de decisão.
Quem me conhece sabe-me Iberista e Federalista: defendo a existência de um bloco geo-politico-económico na Península Ibérica, como defendo uma Federação Europeia, um super bloco de países europeus, cumprindo o sonho de Jean Monet.
Numa era de globalidade, na qual as tradições são muito mais facilmente preserváveis do que o eram há décadas, onde a multiculturalidade inclusiva produz resultados fascinantes, utilizando um jargão batido, sendo o planeta Terra uma Aldeia Global, é puro maniqueísmo limitarmos a discussão às figuras que conhecemos, sem estudar novos modelos, ainda que apenas teóricos.
E a defesa deve-se menos a razões económicas, motor da maior parte dos iberistas, mas sim a factores sócio-culturais: as similaridades de princípios e modos de vida é demasiado óbvia para negar, e a complementaridade de abordagens contribuiria decerto para fazer a ponte com África e América do Sul.
Em termos práticos, Portugal e Espanha foram o motor da abertura de ideias numa das mais prósperas fases da História Universal (nem tudo foram rosas, não senhor...): reunimos condições para que o possamos fazer novamente, numa fase (que se prolongará) na qual as sinergias são o caminho a seguir.
Lancemos o debate.
Dizes que "as tradições são muito mais facilmente preserváveis do que o eram há décadas"?
ResponderEliminarAchas? Eu não. Vivemos o tempo da mudança rápida, da contra-tradição e da luta contra os agarrados às tradições.
Eu não sou espanhol, mas sou ibérico, com muito gosto!