quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Homofobia, pois claro!

De acordo com o estudo do EuroBarómetro, 58% dos portugueses inquiridos referem que a principal forma de discriminação é decorrente da orientação sexual: mais do que em função da etnia, da idade ou do sexo, a homofobia é detectada pela maioria (absoluta) dos inquiridos.
Homofobia clara, negada por alguns opinion makers da praça; mesmo entre nós, num meio socialmente fechado e retrógado...
Não estando sequer remotamente relacionado, ouvi vozes a clamar que o estudo é orientado em função da vontade de algumas associações de gays, lésbicas e bissexuais (como se apenas estas representassem os interesses desta minoria e todos os outros fossem outsiders...) verem aprovado o casamento entre pessoas do mesmo sexo por intervenção legislativa, em vez do referendo que alguns desejam.
Pessoalmente me confesso avesso à figura do referendo: não funciona numa sociedade tão absorta como a nossa, na qual os cidadãos deixam intencionalmente que outros tomem as decisões que lhes interessam para, no recanto dos seus lares, com o chinelinho calçado, criticar.
Além de que a figura foi de tal forma banalizada que até a questão da demolição ou não de um reservatório de água merece as graças de um referendo local...
Para já não dizer que a questão foi "referendada" no dia 27 de Setembro, visto que o partido que formou Governo, o Partido Socialista, muito devido ao trabalho incansável da Juventude Socialista (parabéns Duarte Cordeiro!), incluiu a legislação da matéria no seu Programa de Governo.
E voltamos à velha e dilacerante questão: sendo a Constituição da República Portuguesa (e os diplomas estruturantes do Direito Comunitário) o referente legal e consagrando esta o princípio da igualdade e não discriminação em função da orientação sexual, quid iuris? A igualdade material justificará a desigualdade legislativa da impossibilidade de um casal de pessoas do mesmo sexo se unirem, formando uma família pela via do casamento civil?
Direito à parte, estamos perante uma questão de dignidade.
Essas não se referendam.
Instituem-se.
Sim, para pôr um ponto final a mais um dos nossos atrasos civilizacionais.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

E agora?

Apenas agora me pronuncio.
Por uma razão muito simples: casos em segredo de justiça assim devem permanecer.
Até existir uma decisão definitiva, é dever de ofício e sinal de seriedade não nos manifestarmos.
O alegado caso Face Oculta (reparam no ridículo de necessitarem as investigações de baptizar processos para dar impacto aos seus actos e assim os justificar...). No qual é arguido Armando Vara. NÃO José Sócrates.
Não discutirei decisões judiciais, apenas o aproveitamento político.
De BE e PCP, ao criticarem a decisão judicial de Pinto Monteiro (na peugada de Noronha do Nascimento), porque seria necessário "extrair" as consequências políticas das palavras em segredo de justiça - ou não, pois parecem indiciar as declarações daqueles algum anódino conhecimento...
Do PSD: um reputado penalista, que de manhã refere que é necessário aproveitar politicamente o momento e de noite debate; o responsável pela bancada parlamentar, advogado, fica a meio caminho.
É triste, mas tudo continua na mesma.
Todos confiam na Justiça, mas depois...

Deve ser do 25 de Novembro...

Cavaco "promove" assessor das escutas: lê-se nos jornais que "Fernando Lima mantém-se em Belém e ainda está mais próximo do Presidente, assessorando o chefe da Casa Civil".
Coloca-se a questão: estamos a falar co mesmo que iniciou uma caça às briuxas a José Sócrates?
Que inventou - não desmentido por Cavaco Silva - em pleno ciclo eleitoral um alegada episódio de escutas ordenadas pelo Governoa à Presidência da República?
O que mesmo indivíduo que tinha deixado de ser assessor?
E não querem crer quando se diz que a Presîdência da República cada vez sai mais desprestigiada...
Quando, pela primeira vez, a avaliação pública de desempenho de actividades do Presidente da República é negativa...

sábado, 14 de novembro de 2009

O silêncio...

Quando terminará o silêncio dos responsáveis da Comissão Política concelhia de Anadia do Partido Socialista?
Porque é que não têm a correcção de marcar uma assembleia-geral de militantes para discutir o ciclo eleitoral que terminou há um mês?
Porque é que os militantes e simpatizantes continuam amorfos e quedos, permitindo o arrastar de um clima de paz podre?
E porque é que a estrutura local da Juventude Socialista há mais de seis meses que nada faz?
Tanto porquês...

Diário de viagem

Noutro continente, dois oceanos e um mar depois, a mais de doze horas de viagem, três referências a Portugal: Benfica na televisão, Cristiano Ronaldo na boca de qualquer dos funcionários, Mateus Rosé na carta de vinhos.
Parece que se mostra complicado, internacionalmente, ultrapassarmos o tríptico "Fado, Futebol e Fátima".
Valha que o nosso paquete sabia que as Maldivas tinham sido "colonizadas" pelos portugueses...