terça-feira, 28 de abril de 2009

Pérolas...

O Cardeal de Lisboa, em entrevista, disse que a Igreja Católica corria o risco de deixar de ser dominante, em termos de crentes, na sociedade portuguesa.
O "lapalicianismo" da frase terá algo a ver com o apoio à posição irresponsável tomada pelo Papa na sua deslocação ao continente africano, defendendo não ser o preservativo um mecanismo necessário de combate ao vírus HIV, apenas a abstinência?
Ou será por causa das suas próprias declarações, dizendo que o preservativo não é um "método eficaz"?
Os acidentes acontecem...
Cala-te boca...

sábado, 25 de abril de 2009

35 anos e Sempre

Que possamos legar às vindouras gerações aquilo que muitos de nós herdámos: uma sociedade plural, democraticamente adulta, amante da Liberdade, onde todos possam elevar tão alto quanto desejam a sua palavra.
Que nunca mais seja comemorado o 24 de Abril.
Por muito que alguns se esforcem em denegrir a força, o significado e alcance do acto.
Saibamos ser sucessores adulto da riqueza que nos foi transmitida.
Que nunca deixemos esmorecer o legado.
Saibamos fazer crescer a Liberdade!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dia da Terra

Tendo sido convencionado apelidar o dia de hoje como o Dia da Terra, cada um de nós deve colocar a questão: que faço eu para preservar o ecossistema único do planeta?
O Protocolo de Quioto, cujas metas são incumpridas ao ponto de os países mais desenvolvidos comprarem "quotas de poluição" a países em desenvolvimento, tem-se mostrado uma miríade.
As energias alternativas não colhem o devido apoio e, neste ponto, Portugal tem-se mostrado dos Estados mais dedicados; justifique-se com a insustentável dependência dos combustíveis fósseis, com o deficit da balança externa, mas o certo é que Portugal é, pela positiva, um case study a nível mundial.
A nível local, o que se faz?
Qual a taxa de cobertura de saneamento?
Porque é que a Câmara Municipal, no seguimento de proposta que apresentei, não dota as freguesias de meios financeiros, se o não quer fazer ela própria, para fomentar a compostagem de produtos naturais, apostando numa campanha de promoção e consciencialização ambiental não apenas a nível escolar?
Porque é que cada vez mais se cede espaço à construção, não preservando o meio ambiente local?
Porque é que o projecto de Requalificação Urbana do Centro de Anadia não contempla um espaço verde digno desse nome?
Porque é que a Autarquia não procede à requalificação dos espaços verdes do concelho?
Porque é que a Autarquia impermiabiliza a parte de leão da maior mancha verde de Anadia para realização de um evento que dura uma semana por ano?
Porque é que a Câmara Municipal não quer um parque em Anadia?
Tantas questões...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

40º Aniversário

Faz precisamente hoje 40 anos que Alberto Martins, hoje líder da bancada parlamentar do Partido Socialista na Assembleia da República, enquanto presidente da Associação Académida de Coimbra, de capa e batina, ergueu a voz de centenas de milhares de portugueses, estudantes e não estudantes, para pedir a palavra na cerimónia de inauguração do edifício de Matemáticas, na Universidade de Coimbra, perante Américo Thomaz, então Presidente da República.
"Vossa Ex.ª, Senhor Presidente da República, dá-me licença que use da palavra nesta cerimónia em nome dos estudantes da Universidade de Coimbra?"
Thomaz abandonou o local, José Hermano Saraiva (sim, o mesmo que hoje fala de histórias...), ministro da educação, discursou entre gritos, a Democracia fez ouvir sua voz.
Alberto Martins, tratado pela PIDE, acusado e julgado por sedição, foi desterrado para a guerra que ceifou a vida de dezenas milhares de jovens portugueses.
Os "gorilas" tomaram conta da Universidade de Coimbra, por ordem do ministro da tutela.
O regime tremeu.
Caiu alguns anos depois.
Também pela coragem destes jovens que, tanto tendo a perder, assumiram no peito o desejo de milhões de portugueses: Democracia!
Fomos deixando de sentir o sopro que tantos pulmões ceifou.
Este é um singelo contributo para que esta data não se perda na poeira dos tempos.
Coimbra é a minha casa: lá estudei, comecei a minha vida adulta.
Percorri e percorro a Faculdade de Direito, a Via Latina, a Universidade e não consigo evitar sentir um arrepio na espinha. Um arrepio lindo: de orgulho pelos séculos de luta, pelas personalidades que pisaram aqueles gastas lajes.
Por Coimbra ser a Lusa Atenas.
Por ser Coimbra.
Àqueles que, há quarenta anos, se reuniram numa Magna histórica. Àqueles que irromperam pela sala na cerimónia de inauguração. Àqueles que fizeram greve aos exames. Àqueles que não tombaram no edifício que é hoje a extensão do Centro de Saúde de Celas, antiga sede da PIDE em Coimbra; que não tombaram na António Maria Cardoso, no Forte de Peniche, em Caxias, no Aljube, no Tarrafal.
OBRIGADO!
http://www.youtube.com/watch?v=IqC6H0Ry17c: vejamos, orgulhemo-nos!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Colaboração com RB

Meu artigo de opinião do mês de Abril, no Semanário da Região Bairradina:
"Dizia-me há dias um vereador de um importante Município do Norte do país que o Povo, quando vota, não é burro: gostemos ou não do seu sentido de voto, existe sempre uma justificação para a sua escolha.
Há mais de 30 anos que em Anadia o poder autárquico, ao nível da Câmara Municipal, reside em exclusivo nos braços do PSD, com amplas maiorias absolutas. Não obstante, os problemas com os quais Anadia se depara são os mesmos: inexistente planeamento urbanístico, má qualidade ambiental, fuga de população jovem para concelhos vizinhos, tecido empresarial de reduzida amplitude e não infra-estruturado, deficitária rede viária, absurda taxa de cobertura de saneamento, desertificação da parte serrana, ausência de sustentada política cultural e desportiva.
Os eleitores, por nove vezes, entenderam capacitar os candidatos a autarcas das listas do PSD para reger os destinos de Anadia, originando executivos monopartidários com modus operandi muito próximos, num estilo musculado frequente em muitas maiorias absolutas, governando sem acolhimento de ideias e projectos apresentados pelos partidos da Oposição. Oposição cujo principal partido, há vinte anos, é o Partido Socialista.
Litério Marques é muitas vezes retratado como sendo um autarca autista, que governa de forma isolada, uno com o seu pensamento, agora acossado pelo próprio partido, dividido numa guerra fratricida sem quartel, com uma comissão política concelhia e federativa de candeias às avessas e com um órgão nacional a assobiar para o lado, com receio dos prejuízos eleitorais que possam existir. Um Presidente que não é confrontado com os inúmeros problemas que se fazem sentir no concelho, excluindo na Assembleia Municipal, órgão liderado pelo seu adversário interno e controlado pelo seu partido.
Disse-o já, e repito, a fase é histórica para que os partidos da Oposição, Partido Socialista à cabeça, pudessem conseguir um resultado histórico; temo estar a utilizar a forma verbal no tempo correcto, visto temer que o mesmo não se concretize pela positiva com a amplitude desejada.
Que se espera da Oposição? Os eleitores estão fartos do denominado “bota-abaixo”, através do qual muitos partidos operam, limitando-se a criticar, nunca apresentando projectos alternativos, modelos mais vantajosos, propostas construtivas.
Os vendedores de ilusões, “vendilhões do templo”, que aparecem com discursos elaborados povoados com meia dúzia de frases sonoras, com imagens públicas impolutas mas sem conteúdo, com mensagens vazias, sem “substrato”, começam a ser descartados e, espera-se, a médio prazo serão afastados das lides políticas e partidárias.
Como dizia um artigo de opinião de há poucos anos, “a boa moeda afasta a má moeda”. Para que isso suceda é imprescindível que o envolvimento dos cidadãos seja muito superior ao actual, através de plataformas várias além dos partidos, com o associativismo, grupos de reflexão, debate de ideias; imprescindível é que os jovens e sobretudo as mulheres se consciencializem da sua importância vital para o processo democrático: debatendo a questão feminina, o desenvolvimento sustentado a nível ambiental, económico, social, cultural, pois não mais se mostra possível que a franja maior da população (não apenas pelo machismo ainda existente na sociedade portuguesa, impossibilitante de uma verdadeira e justa divisão de tarefas domésticas e repartição de proveitos do trabalho, mas também pelo desinteresse crónico das questões públicas) continue alheio ao processo decisório.
A população de Anadia tem que ser exposta à diferença: apenas somos verdadeiramente ricos e formamos uma opinião cabal quando nos deparamos com diferenças perspectivas de abordar o problema, diversos métodos de análise e decisão; expostos a uma ampla gama de projectos, ideias, se pode formar uma opinião pública esclarecida, interessada, actuante.
Que se espera da Oposição em Anadia? Que, contrariamente ao que acontece hoje, contribua para a melhoria da qualidade de vida da população: não se limitando a votar contra, mas apresentando alterações, projectando vias alternativas, de forma responsável; o melhor serviço que se pode prestar à Democracia, Poder e Oposição, é a procura de vias de entendimento, quando possíveis, acolhendo os contributos dos destinatários, dando uma efectiva valia à discussão pública dos projectos.
Os vereadores da Oposição não se podem quedar por votar contra o Orçamento e Grandes Opções do Plano, a Derrama e o IMI. Não se podem limitar a dar entrevistas dizendo que o PSD vive períodos conturbados e os eleitores não apreciam esse estado de coisas. Não se podem limitar a afirmar que ganharão eleições e que são a alternativa credível. Que a lógica impera e a racionalidade avessa à disciplina partidária se reflectirá na boca das urnas.
Os problemas estão há muito diagnosticados; é injustificado que se tenham desperdiçado os últimos quatro anos, acrescidos a muitos mais, na obtenção de uma radiografia sócio-económica ao concelho, para preparar um plano de acção. Quatro anos sem projectos apresentados, sem propostas que favoreçam o dia-a-dia, a qualidade de vida dos munícipes de Anadia, são inadmissíveis.
Os eleitores, quando votam, não são burros; algo os faz eleger um Presidente, uma maioria absoluta. E a única forma de contrariar essa tendência, que tem demasiado de ilógico, é trabalhar: diariamente, em contacto com os munícipes, ouvindo as suas necessidades, traçando os programas de acção, ideias, propostas, que têm que existir e ser apresentadas!, e fazendo perceber aos munícipes que a esperança por uma vida melhor apenas deles depende, do seu sentido de voto, do seu contributo diário.
Já é tempo de os eleitores de Anadia poderem acreditar num Partido Socialista como “o” partido de poder, capaz de constituir uma alternativa forte, adulta, verdadeira, ao hegemónico e tentacular poder do PSD. Liderado por pessoas de irrepreensível estirpe política, indivíduos públicos da mais elevada craveira que inspirem nos munícipes esperança no futuro e desejo e espírito colectivo no presente
Pois tem que ser apenas para e por eles que o Partido Socialista e seus autarcas se apresentam a votos.
Sendo diferente, a má moeda tem que ser afastada pela boa moeda!"

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Esclarecimentos

Eís na íntegra os Esclarecimentos prestados face ao inverosímil e falso conteúdo da "Carta ao Director" publicada na edição da semana anterior da Região Bairradina, apresentada sob a pena da Presidente da Mesa Vera Ferreira e três dos ex-membros demissionários do Secretariado da Concelhia de Anadia da Juventude Socialista:
"A desorientação, desespero e ataque soez são apanágio dos que sabem não ter razão e a verdade os não acompanha; por tal facto e face ao conteúdo da “Carta ao Director” publicada na última edição, apresentada sob a pena da Presidente da Mesa da Assembleia e dos ex-membros do Secretariado Concelhio, sou a fazer alguns tão breves quão elucidativos esclarecimentos:
Não sou militante do Partido Socialista. Felizmente vivemos numa era de liberdade, independência e, acreditava eu, respeito pelos valores, princípios e opções pessoais, pelo que me espanta a referência à minha condição de não filiado, ainda para mais quando dois dos apresentados signatários até início de 2009 o não eram, como não têm que ser! Como dezenas de milhares de portuguesas e portugueses o não são, simpatizando e lutando pela implantação do ideário do Partido Socialista e pela Democracia…
Os valores da Democracia, pugnados pelo socialismo democrático, dão ao indivíduo liberdade de acção pessoal, sempre dirigida à prossecução dos objectivos comuns, pela criação de uma sociedade mais justa, plena e plural. Mas tais valores parecem ser desconhecidos pelos apresentados signatários…
No que à referência aos Estatutos da Juventude Socialista diz respeito, esquecem-se os apresentados signatários do teor do artigo 1º “…implementação do socialismo democrático, visando uma sociedade mais livre, justa e solidária, no respeito pelos princípios do respeito da dignidade da pessoa humana, do pluralismo de expressão e da democracia interna e externa”. A Declaração de Princípios do Partido Socialista refere...Para o PS, a liberdade foi sempre o elemento essencial do combate por uma sociedade mais solidária, justa e fraterna, mais igualitária e coesa; e o pluralismo das ideias e das opiniões foi sempre a marca característica, não só do seu funcionamento e da sua acção como partido, como também do projecto que concebe para a organização política e social de Portugal…“. Logo, é obrigação quer do PS, quer da Juventude Socialista de Anadia, lutar contra enviesadas formas de perpetuação de poder e contra a inacção na luta pela melhoria da qualidade de vida dos munícipes, situações que estão à vista de todos quantos conhecem a realidade socialista de Anadia. Que conhecem a sua base social de apoio, as suas forças, suas notórias fraquezas e o risco de implosão que corre caso opte por manter uma via que deu os frutos que todos conhecem e, deseja-se, num Futuro muito próximo não se verifiquem.
Em ponto algum, pois não lhes é possível negar a realidade e verdade, é rejeitada a existência de pressões, o fraco trabalho levado a cabo nos últimos quatro anos pelos órgãos eleitos do PS, a inexistência de ideias e projectos; valha a assumpção…
Quanto à farisaica alegação de responsabilidade exclusiva da minha parte e total desresponsabilização dos apresentados signatários, algumas palavras mais longas:
As decisões tomadas em reuniões da Concelhia de Anadia da Juventude Socialista foram sempre precedidas do envio aos militantes, por correio electrónico ou sms, também atendendo à distância que separa alguns militantes de Anadia (que os apresentados signatários conseguiram reduzir…), das propostas de medidas, das reuniões (mesmo de início estando por todos definido o seu horário) e das actividades, num total de mais de 20 mensagens de correio, sem contar as sms...
E foram as decisões tomadas SEMPRE pela maioria dos presentes; pena é que os apresentados signatários não digam a quantas reuniões foram…
Dois dos demissionários não compareceram a NENHUMA das actividades organizadas pela Concelhia, chegando a alegar a forma “à CGTP” de realização das mesmas e o cansaço sentido às 15 horas…E os dois juntos não compareceram a meia dezena de reuniões…
Dois dos apresentados signatários, representantes da Juventude Socialista na Comissão Política Concelhia do PS, não compareceram a meia dezena de reuniões desta última…
Apenas Sérgio Bandeira apresentou, pessoalmente e por mail, alterações às propostas, nomeadamente criação do Conselho Municipal de Juventude e de um Agrupamento de concelhias da Bairrada, prontamente aceites e introduzidas, melhorando o seu conteúdo; quanto aos demais…
Um dos apresentados signatários chegou a ponto de dizer que todas as questões deveriam ser levadas a decisão do PS porque ele não possuía capacidade para compreender o seu teor, em vez de tentar discuti-las internamente…Quando se precisa de régios beneplácitos, o futuro é negro…
Comportamentos relapsos, incúria, ausência de respostas e de propostas. Vir agora num tom soez atirar lama, por força de uma entrevista que colocou a nú as fragilidades de uma casa sem verdadeiros alicerces e influenciados por quem sentiu, pela primeira vez, o absoluto poder reduzir-se ao que vale, nada, é bem entendida por todos quantos lêem o que foi escrito…
Pena é que os apresentados signatários, eles sim, vão deixar que a estrutura seja utilizada, “em nome pessoal”; mas não é o de Anadia e seus munícipes …
Finalizando: quando um membro do Secretariado intervém, de forma directa, num acto eleitoral relativo a uma terceira entidade, fazendo-o sem dar conhecimento à Concelhia da Juventude Socialista, mas já o fazendo quanto à do PS, que dizer?!
Que dizer de vereadores que, após confirmar o voto positivo ao Conselho Municipal da Juventude, adiam sine die a votação da mesma (vide reuniões CMA 15/5 e 20/5/2008) e tentam convencer a estrutura com a qual havia sido estabelecido o compromisso a abandonar a mesma, depois de falarem pessoalmente com alguns dos apresentados signatários?!
Ou que, após a apresentação de uma proposta de criação de um sistema de atribuição de bolsas de mérito escolar, vota com os vereadores do PSD no sentido de…não votar a proposta, por existir o Prémio Rodrigues Lapa (vide reunião CMA 12/11/2008)?!
Que dizer de alguém que critica o facto de enaltecer o Projecto de Requalificação Urbana do centro de Anadia por acolher algumas ideias apresentadas pelo Coordenador da Concelhia de Anadia da Juventude Socialista em prévias entrevistas, invocando que isso seria o mesmo que oferecer louros de bandeja?!
Que dizer da defesa da não apresentação de ideias pelos socialistas locais sob o risco de as mesmas virem a ser acolhidas e rebaptizadas pelo PSD?!
Quando a mentira é passeada, fraca é a mão que segura o estandarte; como diz o ditado, “a mentira só dura enquanto a verdade não chega”.
Quando se põe a nú a triste realidade, a consciência pesa.
Que a Juventude Socialista e o PS de Anadia saibam estar à altura daquilo que os munícipes tanto esperam e necessitam. Que o Futuro nos traga uma alternativa credível!"