terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Artigo de Opinião Janeiro 2013, Semanário da Região Bairradina

 
1. A Constituição da República Portuguesa é o diploma enformador de toda a legislação; dada a sua importância, a matéria relativa aos direitos, liberdades e garantias merece acolhimento numa parte quase inicial do diploma com uma importância tal que, sendo declarada a não conformidade de um comportamento público com tal núcleo pelo Tribunal Constitucional (TC), aquele terá que cessar de imediato - se a declaração de inconstitucionalidade resulta da prévia avaliação de um diploma, este não poderá entrar em vigor.
Paula Teixeira da Cruz é Ministra da Justiça do atual Governo; dir-se-ia ser a principal garantidora governamental da legalidade - sim, dir-se-ia...
Em 2012 o TC declarou a inconstitucionalidade de normas da proposta de lei sobre o enriquecimento ilícito, por violação do princípio da lei certa e da presunção de inocência.
A Ministra da Justiça, numa iniciativa partidária, a respeito da proposta, declarou que “irá ao TC as vezes que for preciso. Desiludam-se aqueles que com a arguição de inconstitucionalidade pensam que nos farão desistir do enriquecimento ilícito (…). Iremos lá as vezes que forem precisas"! Legalidade, princípio de separação de poderes, respeito institucional...onde?!
2. Cavaco Silva, na sua habitual linha de conivência, promulgou o Orçamento Geral de Estado de 2013, remetendo para fiscalização sucessiva 3 normas (suspensão do pagamento do subsídio de férias ou equivalente; suspensão do pagamento do subsídio de férias ou equivalentes de aposentados e reformados; contribuição extraordinária de solidariedade). Deputados do Partido Socialista, BE, CDU e o Provedor de Justiça solicitaram tal fiscalização (também por outros motivos) e, pelo segundo ano consecutivo, é séria a probabilidade de, por responsabilidade exclusiva da incompetência e prepotência deste Governo, terem que ser adotadas medidas adicionais de natureza orçamental, sobrecarregando ainda mais os portugueses...
Qual a posição do Governo acerca dos pedidos de fiscalização? Morais Sarmento, Secretário de Estado do Orçamento, disse que “A consequência para o País...pode ser o incumprimento do programa a que estamos obrigados e cujo cumprimento tem garantido o nosso financiamento” - ou fazem como nós entendemos ou não há mais dinheiro! Volta a pressão sobre os Juízes Conselheiros, novamente o Governo a mostrar o desrespeito pela legalidade e pelas instituições - já o desrespeito que o Governo tem pelos Portugueses todos o sentimos diariamente! 
3. O Banco de Portugal, no Relatório de Inverno, reviu TODAS as previsões feitas há um trimestre em sentido negativo: o produto interno português em 2013 cairá o DOBRO do previsto pelo Governo - e se o Orçamento de Estado, com todas as suas deficiências, for cumprido em pleno, o que nem os mais acérrimos defensores do Governo acreditam que sucederá...
Menos rendimento disponível (quem, cedendo à pressão do Ministério das Finanças e passe a receber 50% de subsídios de férias e Natal em duodécimos para mensalmente não ficar com muito menos dinheiro, em Julho acordará para a dura realidade...), maior carga fiscal, mais insolvências, maior precariedade laboral e desemprego, mais emigração forçada, menor investimento...Esta espiral, recessiva, explosiva e implosiva, tem como autor o Governo, com as políticas erradas que insiste em implementar - até Cavaco Silva, a tábua de salvação da incompetência governamental, começa a ver-se forçado a encarar a realidade e agir!
4. Antes das eleições legislativas de 2011 era a alteração da Constituição. Em 2012 era a poupança de 4 mil milhões de Euros. No final de 2012 a Refundação do Estado Social, alterado para a Refundação do Memorando de Entendimento. Perante a repetida mentira e sentindo que o processo seria eleitoralmente prejudicial, seguiu-se a chantagem política com o Partido Socialista, procurando associá-lo a (mais) uma medida unilateral do Governo, sem espaço para diálogo.
No início de 2013 o FMI apresenta seu relatório, contendo medidas que visam o cumprimento das metas assumidas (e revistas, por incompetência deste Governo!) por Portugal, o que a 6ª avaliação regular reconhece quase inexequível sem refinanciamento (algo que o Partido Socialista vem dizendo desde final de 2011!); Propõe-se a redução de funcionários públicos em 20%, redução dos seus vencimentos (em média em 5%) e alargamento dos horários de trabalho; aumento da idade da reforma (para os 66 anos) e redução de pensões de 10% a 15%; limitação da atribuição de subsídios sociais, redução do tempo de atribuição e do montante do subsídio de desemprego; aumento das taxas moderadoras; dispensa de professores e aumento de propinas.
Carlos Moedas, o ideólogo de serviço do Governo, logo elogiou o relatório, reconhecendo-o na linha de pensamento do Governo; Passos Coelho, percebendo o desastre que se avizinha, veio a terreiro dizer que o relatório não é a Bíblia do Governo, nem seria da sua autoria.
Mais uma vez MENTIU aos portugueses: o estudo foi encomendado ao FMI pelo Governo e para a sua elaboração os técnicos beneficiaram “de discussões com ministérios e secretários de Estado de todos os onze ministérios, assim como das suas equipas...”, “ministros Vítor Gaspar, Paulo Portas, José Pedro Aguiar-Branco, Miguel Macedo, Paula Teixeira da Cruz, Álvaro Santos Pereira, Assunção Cristas, Paulo Macedo, Nuno Crato e Pedro Mota Soares, para além dos secretários de Estado Carlos Moedas e Paulo Simões Júlio...Luís Morais Sarmento, Hélder Rosalino e Miguel Morais Leitão. Recordem estes nomes, Passos Coelho e Miguel Relvas!
O estudo foi solicitado pelo Governo, elaborado com base nas propostas dos membros destes Governos, trabalhado por este Governo - o filho pródigo do seu pensamento e ação políticos!
Para iludir os portugueses foi à pressa marcada conferência para refundar o Estado Social: dela faziam parte membros do PSD e dos seus gabinetes de estudos, conhecidas figuras da Direita política portuguesa e alguns dos Secretários de Estado supra referidos, ditos representantes da sociedade civil! Conferência na qual foi proibida a presença de jornalistas, recolha de imagens e de som, exceto quando desejado pela organização! Eis o desrespeito do Governo!
5. Litério Marques, relativamente à forma como via o trabalho dos partidos da oposição, disse que "A oposição que me fazem na Câmara tem sido uma oposição leal...que tem ajudado a que o nosso programa tenha tido o sucesso que teve...nem no povo tenho sentido oposição".
Perante a gravíssima acusação de colaboracionismo e inexistência de oposição, perante um arrasador atestado de incompetência, esperei que, de forma imediata, os visados (Vereadores do Partido Socialista, estando um em exercício de funções há 8 anos e sendo Presidente da Secção Política Concelhia, sendo o seu predecessor) refutassem o libelo, qualificando-o (no mínimo!) como um chorrilho de insultuosas mentiras!
Porém, da consulta da comunicação social regional e do site da Concelhia de Anadia (sem atividade...há ano e meio!), não se vislumbra que os visados ou a estrutura tivessem reagido!
Exige-se imediata mudança de rumo: os eleitores não aderirão ao projeto político de uma estrutura que se limite colaborar com o poder (mal) instalado, ao invés de apresentar propostas e trabalho que vise a melhoria da sua qualidade de vida, menos ainda depositarão a sua confiança em um cabeça de lista (a sair de “debate interno”, prometido desde Junho de 2012 e que não foi iniciado sequer entre Militantes!) que se não demarque deste modo de (não) agir!


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Que arrasador atestado de incompetência!

Litério Marques foi entrevistado pelo Semanário da Região Bairradina.
No final da entrevista foi convidado a dizer como via o trabalho dos partidos da oposição; a sua resposta, curta e politicamente inteligente, é devastadora! Senão vejamos:
"A oposição que me fazem na Câmara tem sido uma oposição leal, que propõe, e que tem ajudado a que o nosso programa tenha tido o sucesso que teve. Devo dizer ainda que nem no povo tenho sentido oposição. Antes pelo contrário". 
Ficamos, pois a saber que a oposição na Câmara - leia-se, no Executivo - é colaboracionista.
Infelizmente, além dos 5 Vereadores do PSD, no Executivo apenas existem representantes do Partido Socialista - sendo um Vereador há 8 anos e Presidente da Secção Política Concelhia local e sendo o outro o anterior Presidente da mesma estrutura...
Infelizmente inexiste qualquer receio da oposição democrática que, nas palavras do Presidente da Câmara Municipal de Anadia, nem sequer belisca o poder instalado - embora se mostre enigmática a referência à "oposição que propõe"...
De uma penada, um arrasador atestado de incompetência!
Que deveria ser imediatamente refutado, não correspondendo à verdade...
 


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

E o cabeça de lista do Partido Socialista à Câmara Municipal de Anadia é...


Seria uma forma normal de começar uma publicação, mas não é possível!
Sim, a Direção Nacional estabeleceu o dia 31/12/2012 como data limite para escolha dos cabeças de lista do Partido Socialista para as presidências dos Municípios.
Sim, o Presidente da Secção Concelhia de Anadia já em Junho dizia que os Militantes seriam chamados a decidir e repetiu as palavras no inicio de Dezembro.
Mas não foi feito qualquer Plenário de Militantes, Convenção Autárquica, reunião, para sequer iniciar o debate com vista às eleições que terão lugar daqui a 10 meses.
Mas ainda não foram remetidas convocatórias, com 20 dias de antecedência ou qualquer outro período. 
Mas já se está em situação de incompreensivel incumprimento, num partido inerte, com nula actividade ou oposição assente em propostas concretas.
Mas alguém estará preocupado?!

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Vícios antigos I




Ano novo?
Vida velha e vícios antigos!
Desde as 10 horas, pelo menos, esta fuga de água traduziu o desperdício de dezenas de metros cúbicos de água!
Mais uma fuga na Rua do Cabecinho, em Alféloas, Anadia, onde se multiplicam as intervenções, amiúde diárias, dado o desastroso estado da rede de água municipal.
O Executivo de Anadia, que já recorre a serviços privados!, decidiu integrar os SMAS na Câmara, alegadamente para defesa dos seus funcionários e para preservar a enorme riqueza municipal - a água que, de tão farta, pode ser desperdiçada e justificar o ganha-pão dos privados!