A Comissão
Nacional do Partido Socialista agendou para 6/7 de Dezembro a realização de
eleições para as estruturas concelhias, que dirigirão o processo autárquico de
2017. Mas as eleições, só por si, não transformarão o Partido Socialista nA
alternativa de governo em Anadia!
Sensivelmente
um mês após as eleições autárquicas a Concelhia de Anadia continua “muda e queda“, rejeitando qualquer
diálogo com Militantes e Simpatizantes, sem qualquer palavra para os Munícipes,
procurando que a espuma dos dias afogue qualquer discussão séria.
O diálogo
entre Militantes e simpatizantes tem que ser uma realidade: não para “acertos de contas” com o passado,
confrontos pessoais ou saneamentos políticos, mas para que pessoas de todas as
sensibilidades, próximas ou não da liderança, dialoguem de forma franca e
responsável, expondo as suas opiniões e perscrutando os motivos pelos quais o
Partido Socialista não venceu em qualquer Freguesia, conseguiu eleger apenas um
Vereador e metade dos Deputados municipais, obtendo 55% dos votos de 2009 com
um projeto de continuidade desde 2005.
Rejeitado o
projeto e seus líderes, é chegado é o momento para, num amplo debate interno,
definir uma nova filosofia de trabalho, convocar a maior pluralidade possível
de opiniões, atrair simpatizantes, independentes e apartidários, colher as
posições e anseios dos Munícipes e oferecer o Partido Socialista à comunidade.
Não se defende a rutura pela rutura, nem uma “evolução na continuidade”: se existem pessoas válidas afastadas da
concelhia e das decisões partidárias, de forma incorreta, também no interior da
estrutura dirigente existem bons valores, todos podendo e devendo contribuir,
com suas experiências e visões de futuro, para a afirmação dos ideias
sociais-democratas do Partido Socialista no Município de Anadia.
Não
unanimismo mas união na diferença; não dogmatismo mas liberdade de opinião
responsável: TODOS devem refletir acerca dos erros cometidos, corrigir as
falhas que se encontrem, colocar de lado motivos de insatisfação pessoal e
trabalhar em posição de igualdade. Cabe aos Militantes decidir se nos próximos
4 anos querem o Partido Socialista como uma insignificante força partidária ou
antes se trabalham ativamente para a sua afirmação.
Basta de
cavar trincheiras na sede partidária, deixando por debater propostas, ideias e
projetos que melhorem a qualidade de vida dos Munícipes, estanquem a fuga da
população mais jovem e a atroz espera do fim da população mais idosa; basta de
pensamento único impediente da intervenção daqueles que pensam diferente. Basta
de evitar debater, de não realizar quaisquer atividades, de impedir o
(re)aparecimento de novos e seguros valores.
O Partido
Socialista tem que ganhar o respeito da comunidade local, do movimento
associativo, elegendo as freguesias e suas populações como prioridade. Tem que
estabelecer laços partidários exteriores, apostando num agrupamento de
interesses/ações na Bairrada, afirmando a sua importância estratégica no
distrito de Aveiro, relembrando que a sua parte sul pode ser importante na recuperação
económica e lutando por aspirações comuns - mesmo a nível federativo.
Ninguém
aceita que se justifiquem os maus resultados eleitorais com “ruídos de fundo” na comunicação social
ou com o “voto eterno no partido da seta
e da chaminé”: embora seja (em parte) o MIAP um PSD transvestido, certo é
que a estrutura formal do PSD saiu derrotada da guerrilha criada há meia década
em Anadia; e é também verdade que ex-dirigentes do Partido e Juventude
Socialista, próximos das suas lideranças, concorreram em listas adversárias ou
por estas fizeram campanha...A incapacidade de dialogar impede que se procure
compreender que o mero apoio de Litério Marques tenha sido suficiente para
permitir a vitória de Teresa Belém, impondo uma derrota inédita ao partido hegemónico
em Anadia em mais de três décadas.
Estando o
poder de convocatória nas mãos do Presidente da Mesa da Assembleia, a este cabe a responsabilidade de estar à altura das
funções, abrindo caminho ao desanuviar de clima de descontentamento entre
Militantes, para eliminar a distância entre os dirigentes do partido e a
comunidade local e estimular uma mudança sustentada.
O Partido
Socialista em Anadia, a nível de resultados autárquicos e não só, atingiu o
ponto mais baixo dos últimos 25 anos; como estrutura partidária que é,
estatutariamente têm que ser os Militantes a tomar a primeira opção entre ter
um futuro ou continuar no sombrio presente.
Mas se em
tal processo quer optar por ter um futuro TEM QUE cessar purgas de militância,
TEM QUE acolher as dezenas de simpatizantes que se envolveram no processo
autárquico e aqueles que se afastaram nos últimos anos, as centenas de
anadienses politicamente empenhados mas sem partido, atraindo às suas ideias os
milhares de Munícipes que, nestas como em outras eleições, se abstiveram
desmotivados, desiludidos com as propostas apresentadas. TEM QUE ser
um intérprete das necessidades de todos eles, não querendo impor a sua
legitimidade governativa pela inação e/ou apostando no desgaste de quem
governa. TEM QUE concretizar os anseios dos Munícipes, cuja qualidade de vida
decresce significativamente, que são forçados a sair de suas terras de origem
para poder construir as suas habitações, para poder trabalhar, para poder dar
às suas famílias uma vida melhor.
O diálogo é
o caminho e o desejo de o levar a cabo é patente; estão lançadas as pontes para
o efeito e percorrida metade da etapa.
Quem tem
responsabilidades tem que se decidir finalmente a percorrer a sua outra metade!
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