terça-feira, 7 de agosto de 2012

Artigo de Opinião Agosto 2012, Semanário da Região Bairradina

1. Regeneração Urbana de Anadia...São os prazos de execução das obras, é a “expansão do projeto”, é a destruição do Matadouro Municipal; e é a forma como está a ser executada!
A Avenida das Laranjeiras - com palmeiras! - passou a ser apenas Avenida na zona entre o Lar da Misericórdia e o acesso aos Paços do Concelho; porquê? Nem laranjeiras, nem palmeiras, nem árvore alguma, a semana que terminou foi a semana do corte!
O corte das palmeiras teve lugar após o dispêndio de tempo, energia e dinheiro com a colocação de lancis e elaboração de estacionamento em granito (que nunca mais acaba, servindo para cruzamentos e estacionamento!), todavia continuando o piso num estado execrável e pretendendo-se a colocação de um separador central na zona...
A zona de cruzamento da Escola Secundária foi objeto de inúmeras reparações; a zona de corte das palmeiras será objeto de nova intervenção, semanas depois de tudo estar preparado, o piso está num estado lastimoso mas nem terra se coloca nos buracos, danificando viaturas...Quem suporta estes custos? Os prazos de execução são cumpridos e, não o sendo, existem consequências contratuais? Qual a necessidade de QUATRO rotundas entre o Lar da Misericórdia e o acesso pedonal à Igreja - uma a cada duzentos metros! É isto um bom planeamento de obra?
2. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico prevê uma recessão de 3,2% em Portugal para 2012 e 0,9% em 2013, com o deficit das contas públicas de 2012 e 2013 de 4,6% e 3,5% - atualmente encontra-se...nos 7,4%!
Os portugueses percebem que NUNCA se cumpre uma previsão de Vítor Gaspar e que Portugal não conseguirá cumprir, nos prazos que o Governo insiste em considerar suficientes, as metas fixadas; que necessitaremos, como sempre defendeu António José Seguro, um prazo mais alargado de cumprimento, condições menos rígidas e uma real aposta no crescimento.
Diz Manuel Ferreira Leite que “não há aqui nenhuma desilusão, os sacrifícios valem a pena...”. Aumento recorde do desemprego e beneficiários de prestações sociais, redução do poder de compra, aumento de taxas de IVA e escalões de IRS, aumento de custo de vida, leis laborais MUITO mais gravosas para os trabalhadores, venda ao desbarato do Estado, diminuição e tendencial eliminação do Estado Providência, privatização de serviços públicos essenciais, número recorde de insolvência de sociedades e pessoas singulares...E vale a pena?! NÃO!
3. A 17 de Maio foi apresentado o Manifesto para uma Esquerda Livre, iniciativa política aberta a todos os cidadãos, com ou sem partido, apelando à sua mobilização para uma esquerda mais livre, um Portugal mais igual e uma Europa mais fraterna, contando com o apoio de várias personalidades do Partido Socialista, Bloco de Esquerda e Renovadores Comunistas.
Um dos subscritores, Rui Tavares, eurodeputado independente ex-BE, deixou pontos de reflexão: “Os partidos limitam-se a fazer a gestão da frustração popular com os outros partidos, não resolvem problemas...nenhum deles quer mudar a política porque isso significaria que o seu modus vivendi estava condenado”; “Em Portugal a democracia é incompleta. Todos podem votar mas nem todos podem ser eleitos...Antes de discutir lugares, discute-se o que devia ser a política para a cidade. E abrir a discussão à sociedade civil. Entre os arquitectos, os artistas, as personalidades mais marcantes que viriam, haveria por certo também bons candidatos a vereadores ou a presidentes de câmara.”.
E deixou um bom espoletador de diálogo para as diversas Esquerdas: “A esquerda habituou-se a pôr as culpas no partido do lado. Mas os militantes da esquerda não são parvos e já não acreditam neste discurso desculpante para não haver convergência. Muitos deixaram de votar. Estamos todos fartos desta cantiga. Eu não me coíbo de ser duro com a minha esquerda. Porque é que nada muda? O diagnóstico do bloqueio da esquerda é pacífico, mas quem tem uma carreira política a gerir concorda só à mesa do café. Dentro do partido tem mais dificuldades. E se há sentimento que domina a política portuguesa é o medo. Não conheço praticamente políticos que não vivam dominados pelo medo. Medo de fazer a discussão em praça pública. Medo de ser visto com as pessoas erradas. Há pessoas de grande qualidade nos partidos – atenção! Mas são tratados pelas lideranças como crianças.”.
Lute-se apenas pela melhoria da vida dos concidadãos, eliminem-se os pequenos poderes!
4. António Costa deu uma entrevista, assumindo ter boas qualidades para Secretário-Geral do Partido Socialista, mas que este não é o tempo de lhe perguntarem se o quer ser. António Costa foi um bom Ministro, é um bom autarca em Lisboa e, não restem dúvidas, tem condições para vir a ser líder - e sê-lo-á no futuro, mais ou menos próximo.
João Proença, líder da UGT, quer que o Partido Socialista vote contra o OE 2013 se traduzir “um reforço da austeridade”; mesmo após, em Janeiro, contrariamente ao defendido pela CGTP e todos os partidos e organizações de trabalhadores de esquerda e centro-esquerda, ter assinado com o Governo o acordo de concertação social, que previa as recentes alterações ao Código do Trabalho...
Ambas as intervenções são totalmente a destempo e até merecedoras de alguma reflexão por parte dos seus autores/promotores; surgem casualmente numa fase em que a liderança de António José Seguro se solidifica, a mensagem do Partido Socialista passa e se assume como verdadeira alternativa de governação, com propostas concretas? Pode ser que sim...
5. A Concelhia de Anadia do Partido Socialista teve a sua primeira intervenção dos últimos anos, defendendo a manutenção das valências de saúde municipais: a política e a atividade partidária fazem-se com, para e pelas pessoas, pelo que se saúda positivamente que aparente ter “arrepiado caminho”, percebido que de costas voltadas para os Munícipes nada se faz e que inicie um ciclo de oposição ativa, com propostas alternativas concretas, tendo a coragem de tomar a posição devida, mesmo que eleitoralmente ingrata ou mesmo divergente de orientações recebidas!
6. A Câmara Municipal já elaborou o Parecer relativo à reorganização administrativa de Anadia, exigido pela Lei 22/2012? A Assembleia Municipal já agendou Sessão para elaborar o seu Parecer? Quererão os Munícipes intervir e não se limitar a esperar pelo fato consumado?
7. A todos boas Férias; que ninguém regresse e veja desaparecido o posto de trabalho ou a sua entidade patronal com a atividade encerrada, que um número cada vez maior de desempregados possa encontrar uma oportunidade laboral.


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