segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Breves Notas sobre as Eleições Legislativas

1. O Partido Socialista ganhou! Com os comentários televisivos de ontem à noite o ouvinte incauto poderia ter ficado na dúvida, pensando que o único derrotado fora o PS: confirmou-se que o objectivo de todos os partidos da oposição parlamentar era derrubar Sócrates e "estilhaçar" a maioria absoluta do PS, aproveitando esse facto para encobrir algumas (grandes) desilusões.
2. O CDS-PP teve um resultado eleitoral que, sem pruridos, foi óptimo, tornando-se a terceira força político-partidária mais representada na Assembleia da República; agora já começa a ser complicado chamar-lhe o partido do "mini-bus"...
O populismo, infelizmente, dá votos; o discurso virado contra franjas limite da sociedade (beneficiários de rendimento social de inserção, emigrantes) granjeou adeptos, e cada vez mais jovens...
3. A esquerda mais radical na Assembleia da República saíu combalida destas eleições: Louçã foi torneando o discurso para dar uma imagem mais "governativa", mas saíu o tiro ao lado, visto que, juntamente com os votos do PS, o BE não consegue assegurar uma maioria absoluta. Perorem à vontade que o número de deputados duplicou, pois esse engulho já não sai do caminho...
O PCP tornou-se o partido com representação parlamentar com menor número de deputados: todavia, como "fez perder a maioria absoluta ao engenheiro Sócrates", mais uma vez ganhou, tanto mais que elegeu mais um deputado...
4. O PS não conseguiu mais votos que o PSD e o CDS-PP juntos: mau para o PS, mau para o país, pois exigirá maiores cedências para aprovação de alguns pontos essenciais da governação.
5. O topete de alguns líderes do PSD: Aguiar Branco, que foi ministro de um Governo da República!, a dar "menos parabéns" ao PS, com um sorriso cínico no rosto, por ter perdido a maioria absoluta, é caracterizador do estado a que chegou um partido basilar do esquema politico-partidário português.
E Manuela Ferreira Leite a apresentar-se à luta, dizendo que, num ano com três actos eleitorais, as contas se fazem apenas a 12 de Outubro: ganhou as Europeias, perdeu as Legislativas, ganhará as Autárquicas. Esquece-se de dois "pormenores": as Legislativas traçam o destino e os chacais já começaram a rodeá-la com fome...
6. José Sócrates fez uma boa campanha: enterraram-no, arrastaram-no pela lama (mais uma vez, novamente com ramificações ao partido da "Política de Verdade"), fizeram-lhe o funeral político, mas ganhou. E assume a governação, mesmo contra uma Assembleia da República a clamar pela sua cabeça diariamente.
7. No distrito de Aveiro o PSD elegeu sete (7) deputados, o que significa a não eleição de José Manuel Ribeiro, até à data um dos vice-presidentes da bancada parlamentar do PSD.
Resta-lhe que Couto dos Santos não assuma no lugar na Assembleia da República...
8. Em Anadia, para não fugir à regra, o PSD assegura uma margem confortabilíssima face ao PS: é indiferente o tipo de eleições, as pessoas em causa, os projectos em jogo, o voto tende sempre para o mesmo lado! De notar a grande subida do CDS-PP, acompanhando a tendência nacional, e a descida da CDU.
9. Sigamos para as eleições Autárquicas, dia 11 de Outubro!

Sem comentários:

Enviar um comentário