quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Eleições a três tempos

1. No próximo Domingo seremos chamados a exercer o nosso direito de voto, elegendo os Deputados para a Assembleia da República.
São conhecidos os nomes que os diversos partidos indicarão: conhecemos as suas mensagens, aparecem diariamente nos lares portugueses transmitindo as suas ideias e vimo-los nos debates televisivos “ a dois” destes últimos dias. E que dizer dos mesmos?
Por muito que os “politólogos de fronteira” clamem contra a realidade, apenas dois partidos têm possibilidades de vencer, PS e PSD: o líder do Bloco de Esquerda, nas palavras de Carlos Magno, utilizou inadmissívelmente “uma mentira assumida”, acusando o Governo do PS de beneficiar um grupo económico com a concessão de uma rede viária sobreavaliada - total mentira, que Louça ousou repetir no seu comício logo a seguir ao debate!; o líder do PP continua a sua senda demagógica, numa mensagem que alterna entre o populismo de direita, matéria de borderline rightwind e alguma xenofobia no que tange às políticas de emigração; o PCP continua igual a si próprio, não alterando uma vírgula aos seus desejos económicos nacionalizantes.
Comum a todos os partidos da oposição é o desejo de “correr com Sócrates”! O debate Sócrates-Ferreira Leite mostrou-nos que a demagogia da senhora não merece permitir que venha a ser primeira-ministra: não tem coragem de assumir as suas próprias opções, quer rasgar políticas sociais que não teve a sensibilidade e coragem de levar a cabo enquanto ministra, que suspendeu mas a custo diz serem importantes, elogia publicamente a Madeira e seu governo como exemplo de verdadeira democracia, contrapondo-a à inadmissível e aviltrante acusação de “asfixia democrática” do Governo da República - mas na visita política à Madeira andou num veículo do Governo Regional do seu partidário …”Política de verdade”?! Da “família para a procriação”, do deficit dito de 3% (mas era de 6,38%!), que a tantos sacrifícios obrigou os portugueses, ainda antes desta crise internacional exponenciar os efeitos?! Dos votos comprados?! Da manobra montada por um partidário, assessor do PR, com o apoio de um jornal, para prejudicar o Primeiro-Ministro?
Basta ouvir Ferreira Leite dizer “eu e o meu governo” que soa incredível: resta, contudo, saber se os portugueses cairão no “canto de sereia” demagógico dos partidos da oposição, esquecendo o esforço levado a cabo pelo Governo do PS e Sócrates; certo que com falhas na condução de alguns processos, mas com uma inaudita coragem de afrontar interesses instituídos, actuar num modelo de verdadeiro Estado Social, auxiliando quem precisa.
Sócrates será objecto de um verdadeiro plebiscito: o voto oscila entre quem aprecia o estilo e obra e quem, não o fazendo, acabará por votar num dos líderes dos outros partidos; basta, para tanto, perceber o aumento provável dos partidos fora do eixo de governação, à esquerda e direita.
Como levar a sério, em termos de escolha governativa, partidos da oposição que passam legislaturas apenas a criticar, sem apresentar (por imperícia ou medo) propostas alternativas, projectos credíveis, aparecendo apenas em vésperas de eleições com slogans audíveis, cartazes trabalhados, dizendo-se alternativas de governação?
Espera-se que os portugueses saibam ser responsáveis, justos e VOTEM!
2. Foram apresentados os candidatos do PS e PSD à Câmara e nomes para a Assembleia Municipal. Do lado do PSD percebemos a completa ausência da sua concelhia partidária, ultrapassada e vexada pela escolha de Litério Marques como cabeça de lista pelos órgãos nacionais; mais caricato é perceber que, com Litério Marques, surge sempre um possível vereador completamente desconhecido, sabe-se lá vindo de que ordem distrital, e que a JSD, tão crítica do processo de escolha do candidato, agora age como se nada houvesse de incorrecto (na sua opinião), como se tudo tivesse sido “um mar de rosas”. A mensagem de Litério passa por uma situação linear: votem em mim, que tão bem conhecem, cujas obras estão aí espalhadas, que agora, ao fim de uma década!, vou “apostar nas pessoas”!
O PS acolheu no seu programa algumas das ideias que já apresentei aos leitores: de lamentar o tardio da adopção e a prévia rejeição (porquê atrasarem intencionalmente o aumento de qualidade de vida dos munícipes?!) apenas porque não saíram do seu seio, embora lhes sejam úteis em altura de necessidade eleitoral…Não se percebe que o PS diga ter uma “política de juventude” mas não a dê a conhecer nem a defina como prioridade! Cardoso Leal diz que Anadia “precisa de novas ideias”, que o PSD tem medo de ouvir críticas e opiniões diferentes: verdade à vista de todos, como verdadeira é a necessidade de autoanálise e autocrítica do PS nesse ponto…
A 11 de Outubro os munícipes deverão ser conscientes, votando nos projectos que lhes foram sendo apresentados, pensando que a escolha deverá ter lugar com base naquilo que os partidos e as pessoas mostram. Mas essencial é que VOTEM!
3. A 18 de Fevereiro deste ano foi aprovada a Lei 8/2009, que instituiu os concelhos municipais da juventude (CMJ): o diploma legal entrou em vigor a 18 de Março e, nos municípios onde inexistiam, os CMJ teriam que ser instituídos até 18 de Setembro, seja, passada sexta-feira.
Em Anadia NADA! Neste processo todos merecem a mais severa crítica: o PSD não viu com bons olhos um órgão suprapartidário, sem maioria absoluta e que permitiria aos jovens exercer uma cidadania activa e provavelmente incómoda; os partidos da oposição, PS sobretudo e injustificadamente, não perceberam a importância vital de finalmente os cidadãos mais jovens terem papel real na condução dos seus destinos, receando tais partidos perder pública visibilidade e os seus líderes de saírem diminuídos na opinião pública pela inacção (numa lógica infeliz de quem não é meu é contra mim, e de os opinion makers do presente poderem ser os líderes do futuro…).
Incompreensível (embora a realidade nos explique o porquê …) é a incompleta inacção das juventudes partidárias locais: sou filiado na Juventude Socialista, liderei a concelhia de Anadia, apresentei e vi aprovada Moção Sectorial em Congresso Nacional, mas não posso deixar de sentir VERGONHA pela inacção desta estrutura, bem como da JSD e JP de Anadia, por estas terem “escondido a cabeça na areia”, obedecendo a ordens superiores, fingindo que tudo está bem.
Como pedir que as juventudes partidárias sejam levadas a sério quando nem sequer lutam pelas necessidades dos jovens e afirmação das possibilidades de estes terem um papel verdadeiro no definir dos seus destinos?! Quando se deixam controlar por lógicas de poder?! Quando trabalham para derrubar líderes?! Não basta agitar bandeiras, distribuir prospectos, organizar festas, mais importante é perceber que nem tudo o que luz é ouro.
Dizer que os CMJ são importantes mas apenas após as eleições deverão ser discutidos, visto o partidarismo e a eleição própria serem prioritárias, nem sequer se saber quando os CMJ terão que ser instituídos!, é cartão de visita que diminui o líder e envergonha a estrutura.
Continua-se a adiar. Anadia está a piorar.
Trabalhemos para inverter a tendência!

1 comentário:

  1. Isto não são três posts?
    É o chamado 3 in 1! hehehe

    Para quando CMJ?
    Ai e tal, os jovens não querem saber da política.
    Pois não... e quando querem alguém trata de lhes cortar as pernas.

    Constata-se: se estiveres na política por ti, vem e senta-se connosco, mas se quiseres servir, esquece-se!

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