1.
Na passada semana foi destruída a entrada do antigo Mercado
Municipal, com os seus arcos e azulejaria, deixando apenas uma parede
lateral para proteção do estaleiro.
Foi
mais um passo no já longo executivo caminho de destruição da
memória histórica e arquitetónica de Anadia: SMAS, Cine-Teatro,
Mercado Municipal...Apenas o Matadouro subsiste, de forma agonizante
e porque não pode ser demolido! - quando deveria ser valorizado,
recuperando-o para instalar os serviços de educação e juventude
municipais, disponibilizando o espaço às instituições culturais
municipais, para sede do Conselho Municipal da Juventude...
Uma
sociedade que teima em aterrar a sua História e reescrevê-la com
mega-empreendimentos sub-utilizados (o edifício que substituiu os
SMAS não tem plena utilização comercial e não tem habitantes!),
não pode construir um frutuoso futuro! Uma comunidade que aceita,
sem manifestações de oposição e repúdio, a devassidão, a
menorização inteletual, as promessas de criação de super-espaços,
está condenada a regredir continuamente.
Não
é por acaso que Anadia é, na Bairrada, o Município com maior perda
populacional, que regionalmente mais poder de influência perde:
destrói o seu passado, recusa-se a planear o seu Futuro e vive num
presente medíocre!
2.
No dia da re-eleição Cavaco Silva convocou os jovens portugueses a
manifestarem publicamente o seu descontentamento (com o Governo de
José Sócrates)...Protegeu um conselheiro pessoal que fabricou um
caso de escutas ilegais, perto das eleições legislativas que
re-elegeram José Sócrates...Passou meses a fio a mandar recados
à governação socialista, tentando impôr a sua agenda
político-partidária, a sua tacanhez
de antanho ao nível
dos costumes, esquecendo que o nosso regime constitucional não é
presidencial, esquecendo o termo que inventou para caraterizar Mário
Soares quando era Primeiro-Ministro - quem se esquece da força
de bloqueio?
Cavaco Silva perora do alto
da sua cátedra contra
os políticos mas vive na e da política há três décadas,
queixa-se que €10 mil não
dão para as despesas e
é sempre mal interpretado...Para não deixar dúvidas
interpretativas, quis reforçar o que escreveu num prefácio ao
Roteiro da Juventude, comemorando o seu primeiro re-aniversário como
Chefe de Estado: Sócrates ficaria para a História como o mais
desleal Chefe de Governo, violava a Constituição e era desonesto!
Este é o verdadeiro Cavaco: o
que fala por sua boca, não o que se limita a ler os escritos da
entourage
de assessores! Escreve de forma intencionalmente parcimoniosa a sua
História, revanchista, acertando
contas...
Não tem estatura inteletual e
moral para desempenhar o cargo; e por mais quatro (4) anos ainda!
Conspurcou a confiança que os portugueses deveriam depositar no
Chefe de Estado, arrastando-se de forma agonizada, desautorizada e
vexante até 2016.
3.
O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, elaborado pela
Ordem dos TOC com dados de 2010, coloca Anadia no 1º lugar do
ranking global dos municípios de média dimensão com melhor
eficiência financeira (e no top
20 existem outros
quatro municípios do distrito - Ovar, Mealhada, Albergaria-a-Velha e
Arouca).
O resultado deve ser elogiado,
sem qualquer fundamentalismo partidário. Mas deve ser analisado: o
resultado global de Anadia deve-se, sobretudo, ao não recurso
(massivo) a empréstimos de longo prazo (4ª nacional), tendo
diminuido em 223% o endividamento líquido face a 2009.
Mas Anadia não figura sequer nos
primeiros 30 lugares do ranking nacional no que respeita ao menor
endividamento líquido e endividamento líquido face às receitas de
2009, à dívida bancária de médio e longo prazo face às receitas
de 2009, à menor dívida e diminuição das dívidas face a
2009...Seja, os resultados, em grande parte, refletem o pagamento dos
empréstimos previamente contraídos, não à clara melhoria dos
resultados financeiros e de exercício da autarquia!
Sabemos que, apenas agora, estão
a ser construidas obras essenciais, que exigem um enorme esforço
financeiro - pense-se no saneamento básico! Seja, Anadia compete em
números com municípios que suportavam e suportam tais pesos
orçamentais, adulterando resultados...No transato ano Anadia atingiu
o limite legal de endividamento, sendo públicos os milhões de Euros
resultantes de empréstimos bancários contraídos pelo Executivo e
que onerarão os munícipes nos anos vindouros, mesmo o futuro
Executivo.
O esforço levado sobretudo a
cabo em 2011, visando superar atrasos de décadas face às valências
que outros municípios disponibilizam às suas populações, esparsos
ou inexistentes em Anadia, terá reflexos no Anuário a apresentar
para o ano; aí, em igualdade de circunstâncias, se verá com
exatidão a real situação financeira de Anadia e, sobretudo, o peso
per capita
de anos de deficit
de valências essenciais, de falta de rumo, de inexistência de
projeto sustentado...
4.
Foi aprovada a Lei 6/2012, alterando a Lei 8/2009, que regula o
regime jurídico dos Conselhos Municipais da Juventude. O Executivo,
desde 2009, levanta obstáculos à criação do CMJ, invocando a
falta de regulamentação; ei-la! Até
31 de Agosto de 2012 o CMJ de Anadia terá (legalmente) que ser
instituido.
O Executivo e
Assembleia Municipal quererão, novamente, apenas agir quanto
legalmente obrigatório? Ou
quererão destarte entender a importância deste órgão
(consultivo), num Município cada vez mais idoso, despovoado e
desinteressante?
5. Encontramo-nos, sensivelmente, a ano e meio das próximas
eleições autárquicas; o novo quadro (geográfico e de
competências) municipal é ainda desconhecido, mas estranha-se a
quietude de preparação eleitoral!
À parte as engenharias partidárias, os atos revanchistas na
tentativa de silenciar as oposições internas para a preservação
do poder a todo o custo, o trabalho que se pensaria (já tardio, é
certo!) visível - o diálogo com os cidadãos, autarcas,
simpatizantes e militantes - é desconhecido...
Convenções
autárquicas, plenários de militantes e simpatizantes, encontros com
autarcas e munícipes, deveriam ter lugar quanto antes, não apenas
em vésperas dos atos eleitorais, transvestidos de abertura à
sociedade e procura de interação com a comunidade.
Também assim se vê a vitalidade democrática de e em Anadia...
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